Estava passeando pelas redes sociais quando encontrei esse vídeo chamado "The Scarecrow" sobre um espantalho que vai para uma grane cidade para trabalhar em uma indústria alimentícia que aparentemente fornece toda a comida que é consumida naquela cidade e provavelmente em muitos outros lugares.
Pela música que embala o vídeo já sentimos uma atmosfera de tristeza. Todas as rotas que ele toma já são pré-estabelecidas como se não tivesse alternativas. Todos tem que seguir o mesmo caminho, o mesmo padrão. Assim como ocorre com os trabalhadores da indústria que agem de forma mecânica e guiada, também acontece com as pessoas que consomem aqueles alimentos. São levadas a consumir o que lhes é oferecido. São levadas a crer nos rótulos e nas propagandas e não tem direito à escolha, alternativas ou ainda conhecimento para entender o que é bom e o que é ruim.
Logo que entramos um pouco mais a fundo na indústria, começamos a enxergar junto com nosso colega espantalho que as coisas não são muito bem como elas parecem. Em uma pintura bem grande que traz a imagem de pintinhos felizes com a legenda "all natural" flagramos as galinhas sendo injetadas com hormônios para crescimento e outras tantas substâncias. A ordenha do leite que antes era feita de forma mais humanizada, agora é feita de forma mecânica, com o animal confinado. E isso não acontece apenas nessa animação, mas é o que está acontecendo a nossa volta.
Você acha que a qualidade do leite de vaca que é retirado de um animal que vive de forma mais livre no pasto e recebe alimentação natural é o mesmo de um animal confinado que é alimentado com rações fabricadas? A ordenha mecânica desenfreada acaba por diminuir a qualidade nutricional do leite, e ainda provoca inflamações nas tetas dos animais, o que faz necessários o uso de antibióticos. Assim como todo hormônio e ração dada para todos os outros animais criados para consumo que são feitos a partir de matéria-prima transgênica e rica em agrotóxicos. Além disso, os alimentos que nós mesmos consumimos são transgênicos e ricos em agrotóxicos.
Não é triste assistir ao video e pensar como o mundo é injusto e ruim? Você não sente pena da vaquinha quando ela fita o espantalho - e o espectador - nos olhos desejando ser libertada da situação em que se encontra? E se você pensa que isso é apenas uma (des) animação está muito enganado, pois este é o mundo em que vivemos. Porém, para nos fazer sentir um pouco melhor, o final do vídeo nos traz um raio de esperança. Ao chegar em casa, o espantalho começa a colher os frutos de sua própria horta, alimentos bons, naturais, nutritivos, seguros e livres da exploração animal. Ele corre para a cidade e começa a preparar alimentos com a verdadeira qualidade, que logo começa a chamar atenção das pessoal ali em volta, que passam a deixar de comprar os produtos da indústria para comprar os seus.
Se analisarmos a evolução da alimentação com o passar dos anos, podemos notar como "evoluímos". Antigamente toda a produção e obtenção de alimentos era feita de forma mais natural, pois não tínhamos grandes indústrias que manipulavam os alimentos para nós. Com o passar dos anos e o aumento da tecnologia, veio a produção em massa, e a abundância de alimentos e opções. Muitas coisas foram sendo industrializadas. Isso obviamente trouxe muito mais praticidade ao nosso dia-a-dia, mas você já parou pra pensar como isso pode fazer mal à nossa saúde. Junto com a industrialização da comida, podemos notar um crescente aumento nos números de caso de obesidade, diabetes, dislipidemias, distúrbios da tireóide, câncer e outros tantos problemas relacionados à alimentação.
Será que ainda podemos agir? Será que conseguimos encontrar alternativas como o espantalho o video? Claro que não temos tempo para fazer a nossa própria horta e colher nossos alimentos, mas aqui estão algumas dicas para melhorar a nossa alimentação do dia-a-dia:
- Ao invés de comprar temperos industrializados, faça seu próprio tempero em casa! Bata no liquidificador alho, cebola, um pouco de óleo vegetal como base para seu tempero. Além disso você pode adicionar diferentes tipos de ervas, como cheiro-verde, orégano fresco, manjericão, alecrim, alho poró e muitas outras! Esses temperinhos também podem ser plantados em vasinhos em casa, e não precisam de granes espaços para serem cultivados.
- Dê preferência para os vegetais orgânicos. Muitas cidades e produtores já organizam feiras de produtos orgânicos - que são livres de agrotóxicos. Se pesar muito no orçamento, podemos diminuir a carga desses compostos que geralmente estão presentes nas cascas dos vegetais, mas em certos tipos de alimentos também se concentram na polpa, e aí não há o que se possa fazer. Lave as frutas e vegetais em água corrente utlizando uma escovinha para lavar a casca e depois deixe de molho por 30 min numa solução feita com 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio para 1L de água. Não se esqueça de enxaguar bem, pois a ingestão do bicarbonato também não é recomendada.
- Procure diminuir o consumo de alimentos industrializados, principalmente os já prontos congelados. Prepare as refeições em casa com os ingredientes mais naturais possíveis. Carnes por exemplo, podem ser preparadas e depois congeladas para serem consumidas durante a semana. Os lachinhos feitos com biscoitos e alimentos de pacotinhos, podem ser substituídos por frutas e castanhas.
- Não se deixe enganar por rótulos de alimentos. Fotos de frutas em caixas de "sucos de frutas" nos fazem acreditar que isto é que encontraremos ali dentro, mas não se engane. Numa caixinha de néctares de frutas por exemplo, apenas 20 a 30% do total do líquido é do suco da fruta, o resto fica com aditivos, conservantes, aromatizantes e água.
Ações pequenas como essas já trazem um grande impacto na nossa saúde e qualidade de vida! Que tal tentar?!